Na fronteira, é possível aproveitar os atrativos do Paraguai e da Argentina.
Extremo oeste do Paraná pode ser conhecido da terra, da água e do ar.
Fonte: RPC
A natureza exuberante do Parque Nacional do Iguaçu e a imponente Usina de Itaipu, que atraem cada vez mais turistas brasileiros e estrangeiros todos os anos a Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, têm levado à criação de um grande complexo turístico na tríplice fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina. Sempre se renovando, o destino encanta novos visitantes e surpreende também os que voltam para passeios sozinho, com os amigos ou com a família.
Principal atrativo turístico da região, o Parque Nacional do Iguaçu reúne uma série de passeios que convidam para um contato maior com a natureza (Foto: Cataratas do Iguaçu S.A. / Divulgação)
Eleita uma das Sete Novas Maravilhas da Natureza, a reserva que abriga as Cataratas do Iguaçu oferece opções não só para um único dia – de manhã até a noite – mas para dois ou três dias. A contemplação do maior conjunto de quedas d’água do mundo e das várias espécies da fauna e da flora da floresta subtropical pode ser feita da terra, da água e do ar.
Do outro lado da cidade – e desta vez tendo o Rio Paraná como cenário -, a Hidrelétrica de Itaipu também dispõe de alternativas de passeio para o dia todo e a noite. O roteiro inclui desde a visita pela usina a bordo de um carro elétrico e passeios de barco ao por do sol até a observação de planetas e galáxias no polo astronômico.
Com altas temperaturas no verão, a região é bastante procurada nas férias de inverno por aqueles que preferem as temperaturas mais amenas, porém longe de serem extremas. Acomodações também não faltam, já que a cidade é um dos maiores parques hoteleiros do país.
Dia 1
Aproveite para conhecer o Parque Nacional do Iguaçu logo cedo. São várias as opções além do passeio de ônibus desde o Centro de Recepção de Visitantes até a primeira parada, no Macuco Safari – de onde saem os veículos que percorrem um trecho da mata até o porto para o embarque nos barcos que levam até bem próximo dos saltos d’água -, ao mirante do hotel ou ao do elevador. O passeio pelo rio dura cerca de três horas, tempo suficiente para o almoço no restaurante com vista para o Rio Iguaçu. A alternativa mais radical é o rafting pelas corredeiras do cânion.
fotos (Foto: Cataratas do Iguaçu S.A. / Divulgação)
A trilha principal que permite observar as cachoeiras do lado argentino do parque tem 1,2 km. Bem no meio, um mirante para fotos e uma lanchonete convidam a retomar o fôlego. O trajeto é cheio de escadas e subidas e ainda não tem estrutura apropriada para garantir o acesso a cadeirantes e pessoas com outras dificuldades de locomoção. Neste caso, o ideal é seguir direto para o mirante do elevador, que também dá acesso às passarelas que permitem uma visão de 360º do famoso cartão-postal.
Há ainda a alternativa de se conhecer o atrativo do alto, fazendo o passeio de helicóptero. De cima é possível ver o parque, o caminho final do Rio Iguaçu e a fenda na rocha que originou as cataratas. É possível ainda seguir até o Marco das Três Fronteiras e à Usina de Itaipu no mesmo sobrevoo.
Quem prefere um contato maior com a natureza, a dica é percorrer os 9 km da trilha do Poço Preto, a pé, de bicicleta ou em um veículo elétrico. O passeio é indicado para toda a família. Segundo os guias, o caminho é o mesmo feito pelos índios que viviam na região para contornar as cataratas. Pelo Rio Iguaçu, se chega à Ilha das Taquaras, onde há pontos para mergulho. Outra trilha pela mata é a das Bananeiras.
Dia 2
Ao lado do Parque Nacional do Iguaçu, o Parque das Aves reúne mais de 800 animais de 200 espécies típicas da região e algumas exóticas como o flamingo e o casuar, conhecido como a ave mais perigosa do mundo. Cobras, jacarés e borboletas também fazem parte do acervo. Uma das experiências mais animadas é passar algumas horas nos viveiros das araras e no dos tucanos. Dóceis, eles se aproximam dos visitantes, dão voos rasantes e chegam a posar para fotos.
Ainda na Rodovia das Cataratas, uma parada permite conhecer os primeiros habitantes da região: algumas espécies de dinossauros mecanizados fazem parte do Complexo Dreamland. No local, réplicas de alguns dos principais pontos turísticos do planeta possibilitam dar a volta ao mundo em alguns minutos. No mesmo prédio, o museu de cera conta com estátuas de artistas e personagens do cinema, políticos, atletas e cantores.
A cerca de 10 km fica o Marco das Três Fronteiras. Do ponto é possível observar a confluência dos rios Iguaçu e Paraná e os marcos do Paraguai e da Argentina, ambos também abertos para visitação. Novos mirantes, com restaurante e loja, além de uma vila histórica, devem ser construídos em breve.
Dia 3
Revitalizado, o centro de compras no Paraguai oferece milhares de produtos importados. Ainda há muito produto de baixa qualidade e pirateados, mas algumas lojas e shoppings inteiros exibem nas vitrines marcas famosas e com garantia de origem. As opções vão desde relógios, sapatos e camisas até vestidos de casamento. Produtos de decoração estão em alta no comércio de importados de Ciudad del Este.
Como a maioria das lojas abre antes das 7h no horário de Brasília e 6h no horário local, às 16h quase todas já estão fechando. Por isso, para quem se empolga nas compras e acaba perdendo a noção do tempo, alguns shoppings ficam abertos até as 22h, a exemplo do que fica bem ao lado da aduana paraguaia, onde também funciona um pequeno cassino.
E, por falar em apostas, como o jogo é permitido no país vizinho, depois das compras por que não tentar a sorte? Um dos maiores cassinos fica em um hotel às margens do Rio Paraná e com vista para a Ponte Internacional da Amizade, outro atrativo da fronteira.
Dia 4
Ícone da arquitetura e da tecnologia na produção de energia elétrica, a Hidrelétrica de Itaipu impressiona pelos números e pela grandiosidade. Para que os visitantes possam conhecer as atuações da usina em outras áreas como a de preservação ambiental e sustentabilidade, o complexo turístico conta ainda com o Ecomuseu, o Refúgio Biológico, o Canal da Piracema – construído para auxiliar os peixes no período da reprodução e também é usado em competições de canoagem – e o Projeto do Veículo Elétrico, que permite ao visitante visitar os principais pontos da hidrelétrica a bordo de um dos carros desenvolvidos no local.
À noite, a energia vira espetáculo de som e luzes com a Iluminação da Barragem sempre às sextas e sábados. No Polo Astronômico Casimiro Montenegro Filho a visita inclui uma aula rápida de astronomia, a observação do céu e alguns dos principais astros e constelações com a ajuda de um telescópio gigante e no fim uma “viagem” pelo céu do planetário.
Para os mais românticos, um passeio de barco pelo Lago de Itaipu com jantar ao por do sol revela outras cores da região. Toda a área da usina também pode ser vista do céu em um salto duplo de paraquedas.
Dia 5
A diversidade cultural e religiosa de Foz do Iguaçu é outra característica que merece destaque. Um city tour de duas horas e meia em um ônibus panorâmico que percorre alguns pontos da cidade como a mesquita sunita da comunidade muçulmana, o templo budista e a futura catedral católica Nossa Senhora de Guadalupe, em homenagem à padroeira da América Latina.
Na mesquita, mulheres precisam estar de calça e cobrir os cabelos com lenços fornecidos no local. No templo budista, dezenas de estátuas, algumas delas gigantes e estrategicamente posicionadas e espalhadas por um terreno com vista para o Paraguai, convidam à meditação.
A história da cidade centenária e que nasceu como uma colônia militar na fronteira é presente em prédios com o Batalhão do Exército, do Colégio Estadual Bartolomeu Mitre, do colégio agrícola e do atual Clube Gresfi, onde funcionou o primeiro aeroporto iguaçuense. O tempo em que o jogo era permitido no país pode ser relembrado em uma visita ao antigo Hotel Cassino, hoje uma escola de hotelaria com um restaurante experimental aberto ao público.
Dicas do G1: ao chegar à cidade, oriente-se nos hotéis ou nos postos de informações turísticas sobre os locais não recomendados para se andar a pé principalmente à noite. Para relaxar depois do dia cheio de passeios, escolha um dos restaurantes e bares localizados na Avenida Jorge Schimmelpfeng. Os pontos mais distantes do Centro da cidade são a Usina de Hidrelétrica e o Parque Nacional do Iguaçu, cada um em um extremo da cidade. Para as visitas, o transporte público é a opção mais em conta, mas nem sempre a melhor. Alguns hotéis e agências de viagens locais oferecem traslado para os principais pontos.
E, atenção, os documentos de viagem são obrigatórios para ingressar nos países vizinhos. No Paraguai, o controle não é tão rigoroso, mas na Argentina a entrada ou a saída é autorizada mediante a apresentação do passaporte, do RG ou da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), dentro do prazo de validade. Menores de 18 anos só podem cruzar a fronteira acompanhados dos dois pais e também precisam apresentar documentos recentes com foto – passaporte ou RG. A certidão de nascimento não é aceita, nem adianta insistir. Caso a criança ou o adolescente estejam acompanhados de apenas um dos responsáveis, é preciso estar de posse de uma autorização do pai ou da mãe com firma reconhecida e devidamente registrada em um cartório de tabelionato.
A mesquita sunita de Foz do Iguaçu recebe por mês cerca
de 5 mil visitantes (Foto: Fabiula Wurmeister / G1)
Vale experimentar: cercada por dois importantes rios do estado, em Foz do Iguaçu alguns restaurantes especializados trazem uma boa variedade de pratos a base de peixes.
Nos arredores das mesquitas sunitas e xiitas, casas de doces árabes são uma ótima pedida. E pelas ruas, vendedores com cestos na cabeça oferecem as típicas chipas paraguaias.
Outra experiência interessante é cruzar a fronteira com a Argentina e provar os vinhos nacionais. É possível encontrar bons rótulos a preços convidativos.