Urubici é daqueles lugares em que a gente chega sem esperar muito, acaba gostando e falando bem. A cidade de quase 11 mil habitantes é tranquila, organizada, parece um cartão-postal da Serra Catarinense.
Ela foi a última parada do nosso roteiro-aventura pelos Aparados da Serra Geral, uma série de paredões e cânions entre Santa Cantarina e Rio Grande do Sul. Começamos por Cambará do Sul, subimos a Serra do Rio do Rastro (recomendo!), passamos por Bom Jardim da Serra e São Joaquim.
Minha primeira impressão já foi boa. Chegando de São Joaquim, paramos no Mirante do Avencal, pouco antes de a estrada descer a montanha. Olhando lá de cima, a cidade parece se misturar com a paisagem. Um recanto ainda escondido no vale estreito cercado por montanhas.
A simplicidade surpreende. Andando pela avenida principal, é comum encontrar cavalos e vacas pastando ao lado da calçada. Pelo espaço que eles tem, dá pra ver que a especulação imobiliária não chegou. Nem a pressa. O comercio ainda fecha para o almoço e o povo vai comer em casa.
VEJA 5 MOTIVOS QUE FAZEM URUBICI VALER A PENA
1- OS PONTOS TURÍSTICOS DE URUBICI
Eu dividi o roteiro em duas partes e almocei no intervalo. Saindo da cidade pela SC 370, após o sinaleiro, você está no caminho do Morro da Igreja, da Serra do Rio do Corvo e da Cascata Véu de Noiva/ Morro da Pedra Furada.
No sentido oposto, subindo a montanha em direção a São Joaquim, pode visitar o Mirante do Avencal, a Cachoeira do Avencal e as Inscrições Rupestres.
MORRO DA IGREJA/ MORRO DA PEDRA FURADA
Acredite, esta não é a foto que eu gostaria de postar. Mas foi exatamente o que eu encontrei. Quando a neblina dá uma trégua, é possível ver o mar a mais 100 quilômetros, os picos da Serra Geral e o Morro da Pedra Furada, uma formação natural que virou símbolo de Urubici.
No alto do Morro da Igreja funciona apenas o posto do CINDACTA II, que monitora o espaço aéreo do sul do pais, fechado para o público. Você para no acostamento mesmo e , se o tempo ajudar, aproveita a paisagem. Eu, pelo menos, ganhei mais um ótimo motivo pra voltar! 😉
No inverno, prepare-se para um frio de rachar. A temperatura está sempre alguns graus abaixo da cidade e o vento só falta de carregar ladeira abaixo.
Como chegar: Saia da cidade pela SC 370 ( à direita do sinaleiro pra quem vem do centro). Doze quilômetros depois, entre na estrada para o Morro da Igreja . Total: 27 quilômetros de asfalto. Não esqueça de retirar a autorização no escritório do ICMBIO antes de ir.
CASCATA VÉU DE NOITVA
A cascata fica em uma área particular onde funciona também uma pousada e um restaurante. A água desce pelas rochas por mais de 60 metros e forma um lago no final. Não chega a ser espetacular, mas vale uma visita rápida.
Como chegar: a entrada para a cascata fica no km 6,5 da estrada para o Morro da Igreja.
SERRA DO CORVO BRANCO
A não ser que o mundo esteja se acabando em chuva, não deixe de ir!!!
A estrada é uma das mais antigas ligações entre a serra e o litoral de Santa Catarina. São dezenas de curvas entre montanhas e precipícios até o município de Grão- Pará, a maior parte sem asfalto até hoje.A entrada, entre paredões de 90 metros de altura, recortados direto na rocha, impressiona qualquer um.
Quando cheguei a serra estava interditada por causa de deslizamentos. Apesar dos avisos, muitos motoristas da região arriscavam a descida.
Preferi preservar a integridade física das minhas crianças e parei no primeiro mirante. Mas, gente, isso não é pouco!! Dá só uma olhada:
Como chegar: A SC 370, a mesma estrada que você pega para ir ao Morro da Igreja, leva direto até a Serra do Corvo Branco. São 30 quilômetros desde a cidade, parte deles sem asfalto. É essa mesma estrada que desce as encostas até o município de Grão-Pará.
MIRANTE DO AVENCAL
Tem uma visão panorâmica da cidade, do vale e das montanhas ao redor.
Como chegar: O mirante fica na SC 110 a cinco quilômetros da cidade para quem segue no sentido de São Joaquim.
INSCRIÇÕES RUPESTRES
O paredão de rocha perto da estrada tem inscrições com mais de 4 mil anos. É interessante, mas faltam informações no local. Quem não entende do riscado, fica na dúvida sobre o que é pré-histórico é o que é vandalismo. Até porque não existe nenhum tipo de proteção ao sítio.
Preste atenção nas máscaras desenhadas na placa da beira da estrada. São os desenhos que você vai procurar no paredão.
Como chegar: As inscrições ficam perto do Mirante do Avencal, do lado oposto da estrada. Dali caminha-se por uma trilha estreita por alguns metros até as inscrições. Repare na paisagem, coberta por pomares de maçãs e araucárias.
CACHOEIRA DO AVENCAL
É a mais conhecida entre as dezenas de cachoeiras da região. Dois mirantes permitem ver a queda d’ água com mais de 100 metros de altura em ângulos diferentes.
Como Chegar: Também pela SC 110. O acesso fica a 6 quilômetros da cidade. Depois, há mais um quilômetro por estrada de terra até a cachoeira, que fica em uma propriedade particular.
2 -A COMIDA
Destino turístico de serra sem comida boa perde metade da graça. Se estiver frio então, vira atração principal. Urubici tem restaurantes bons e, o luxo do luxo, a gente come o que é produzido aqui mesmo.
O município é o maior produtor de hortaliças de Santa Catarina, o segundo maior produtor de trutas do Brasil, cria gado e cultiva frutas. Quer mais? Pois tudo isso vai para a mesa junto com os pratos queridinhos do inverno: fondues, sopas, chocolates.
3 – A TRANQUILIDADE PARA CIRCULAR
Não falo apenas de trânsito tranquilo e bem sinalizado. Tranquilidade significa encontrar o que se precisa, do atendimento turístico ao restaurante, em poucos minutos.
A cidade gira em torno da longa Avenida Adolfo Konder, a continuação da SC 110. No começo dela, pra quem vem de São Joaquim, fica o centro e a Igreja Matriz.
Na outra ponta, o Bairro Esquina e o único sinaleiro da cidade. Vire à direita e você está no caminho do Morro da Igreja e da Serra do Corvo Branco, as principais atrações da região.
Do ponto de vista prático, dois lugares são fundamentais em Urubici:
– O Centro de Atendimento ao Turista. Oferece mapas, folhetos e informações úteis sobre a região. Fica na Av. Adolfo Konder, a duas quadras do sinaleiro.
– O escritório do ICMBIO. É onde você retira a autorização para subir ao Morro da Igreja. Rua Felicíssimo Sobrinho, 1542. É paralela à Av. Adolfo Konder.
Dali é só seguir para as principais atrações turísticas, todas a menos de trinta quilômetros da cidade. Quer facilidade maior?
4- LOCALIZAÇÂO PERFEITA PARA UM ROTEIRO NA SERRA CATARINENSE
Com distâncias curtas, estrada boa e paisagens bonitas, Urubici cabe direitinho em um roteiro de 3 dias pela serra.
Quem vem de Florianópolis pela BR 101, pode entrar na SC 438 em Tubarão. A estrada da Serra do Rio do Rastro é parte desta rodovia que liga a região do litoral a Lages. Quem vem do Sul (como eu fiz) pode sair da BR 101 um pouco antes, na localidade do Morro da Fumaça. A estrada passa por Urussanga e encontra a SC 438 em Orleans.
Depois de subir a Serra do Rio do Rastro, você passa por Bom Jardim da Serra e pode seguir para São Joaquim, que fica a 60 quilômetros. Urubici é o final do roteiro. Se quiser retornar por Florianópolis, vá para o norte pela SC 110 e depois pegue a BR 282.