Trajeto feito por empresário e professor aposentado foi utilizado no passado para transportar mercadorias
Fonte: Zero Hora
Casali e Sebastião saíram de Chapecó no dia 27 de julho e pretendem chegar em Florianópolis no dia 22, onde vão usar a tribuna da Assembleia Legislativa para falar da Cavalgada do Centenário.
Eles já percorreram cerca de 500 quilômetros em 19 dias e irão fazer uma parada de três dias em Anitápolis para descansar os cavalos. De Chapecó a Lages foram margeando a BR-282. A maior dificuldade foi o fluxo intenso de carros, motos e caminhões. Eles cavalgavam sem ponto de parada determinado, acompanhados por um carro de apoio. A partir de Lages, como a viagem transcorreu bem, resolveram sair da BR e seguir mais ao Sul.
— Embora esse desvio tenha aumentado a nossa viagem em cem quilômetros, nos proporcionou conhecer várias regiões e trilhas que foram utilizadas por tropeiros no passado. Em alguns trajetos tivemos guias pois são trilhas por onde não passa carro, nem moto, só se cruza a cavalo mesmo. Elas foram utilizadas no passado para transportar mercadorias – diz Casali.
Na sequência da viagem a dupla passou por Painel,Urupema, Urubici, desceu a Serra do Corvo Branco e foi até Grão-Pará, antes de chegar no atual destino. Casali e Baptista já estão acostumados a aventuras como esta. Já percorreram percursos ainda maiores, como em 2014, quando cavalgaram por 1,2 mil quilômetros de Chapecó até Montevidéu, no Uruguai, onde foram recebidos pelo então presidente, José Mujica.
Hospitalidade
Um grupo de cerca de 15 pessoas deve sair de Chapecó transportando os animais em caminhão para se juntar à dupla em Anitápolis. Mas alguns cavaleiros da Serra também devem engrossar o grupo na ida até a capital do Estado, distante cerca de 100 quilômetros.
Casali e Sebastião dizem estar felizes com a hospitalidade e solidariedade dos catarinenses durante o percurso. Eles foram acolhidos por moradores, que partilharam refeições, abrigo, além do chimarrão, que não pode faltar, conforme destacam. No Dia dos Pais, ganharam uma costela de porco.
– A viagem está ótima, eu gostaria de repassar essa satisfação que a gente sente ao pessoal daqui da região e por que não dizer para todo o pessoal de Santa Catarina e do Brasil. Se todo mundo pudesse ter a oportunidade de fazer uma viagem a cavalo assim como nós estamos fazendo nesse passinho demorado, vendo as paisagens e refletindo sobre a vida e o cuidado que se deve ter com o meio ambiente, pensando no sacrifício do tropeiro, é uma experiência única – reforça Sebastião.
Aos 84 anos, ele mostra ainda muita saúde e se emociona em passar pelos locais em que os tropeiros passavam quando a maior parte de Santa Catarina ainda era coberta pelo mato, na época da emancipação de Chapecó.