Pesquisa revela que empresários utilizarão recursos próprios
O industrial paranaense olha para 2018 com mais otimismo do que esperava por 2017. Um estudo feito pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR), mostra que 63,5% do empresariado está otimista em relação ao ambiente de negócios, é o melhor dado desde 2015 e o equivalente ao registrado em 2009. Opinaram respondendo estar pessimistas 5,7% e outros 30,6% estão indiferentes em relação ao cenário do próximo ano. O levantamento é a Sondagem Industrial, estudo divulgado nesta segunda-feira (11), em Curitiba.
O estudo mostra que o percentual de empresários otimistas é maior do que o registrado no ano passado, quando o levantamento mostrou que 55,1% do empresariado paranaense via 2017 de maneira favorável. Mesmo que esse valor represente uma melhora significativa em relação a 2017, o indicador está abaixo dos períodos com histórico de percepção otimista, com níveis acima dos 70 pontos. Desde 1996, o pior ano em relação ao otimismo foi 2016 quando apenas 32,8% dos industriais mostraram otimismo em relação ao próximo ano.
“O empreendedor está um pouco mais otimista. Ele percebeu que se ficasse esperando a crise passar, seria engolido por ela. Conseguiu descolar um pouco deste cenário e se voltar para dentro do seu negócio, percebendo oportunidades”, assinalou Edson Campagnolo (na foto, com o microfone), presidente da Fiep. Segundo ele, uma perspectiva melhor para os próximos anos vai depender do resultado das urnas no próximo ano. “Tem números que mostram que a crise tende a se reverter, permitindo uma retomada do crescimento, mas isso vai depender muito do cenário político”, enfatizou.
No entendimento de Campagnolo, o otimismo dos empresários paranaenses poderá fazer com que as companhias voltem a gerar empregos. De acordo com cálculos dele, nos últimos três anos o Paraná perdeu cerca de 100 mil postos com carteira assinada. “Se realmente o PIB crescer 3% ou 4%, o que considero algo razoável, será possível reverter essa curva negativa do desemprego. Porém, se o ano começar nebuloso e as denúncias de corrupção alcançarem peixes graúdos, tudo poderá continuar como está”, projetou.
Para 2018, a principal estratégia que será adotada pelo setor industrial será para desenvolvimento de negócios. Mais da metade dos empresários (53,7%) sinalizou isso. Satisfação do cliente ocupa a segunda posição, com 51%. Já a pesquisa, desenvolvimento e inovação em produto será um caminho a ser seguido por 33,4% do setor industrial. Dentre as empresas que irão fazer novos investimentos, 41,4% dos empresários vão investir em melhoria de processo, outros 37,9% em produtividade e aqueles que vão apostar em desenvolvimento em produto somaram 35,9%. Aqueles que irão investir no próximo ano, 64,5% afirmaram que vão utilizar recursos próprios. Quando o industrial olha para 2017, ele afirma que os aumentos que as indústrias registraram ao longo do ano aconteceram, em primeiro lugar, devido ao melhor gerenciamento de pessoal, com 42,7% das respostas. Para continuar crescendo e inovar, os industriais paranaenses executam, principalmente, estratégias em planejamento estratégico tecnológico, com 26,1% das indústrias. Outros 20,3% disseram que inovam por meio da gestão da propriedade industrial e intelectual.
Sobre o estudo
O objetivo da sondagem anual é disponibilizar um panorama do desempenho industrial paranaense, tanto no que se refere às medidas adotadas para superar os desafios atuais quanto no que se refere às perspectivas de 2017 para a indústria do Estado. Foram ouvidas 398 indústrias em todas as regiões do Estado e de todos os portes, que geram 47 mil empregos. Clique aqui para acessar a pesquisa na íntegra.
Fonte: Revista Amanhã