Mosteiro da Transfiguração, em Santa Rosa, recebe pessoas em busca de paz interior

Único mosteiro de monges beneditinos no Estado tem 15 hectares de natureza, logo ao lado da cidade do Noroeste gaúcho

Santa Rosa, no Noroeste gaúcho, atrai muitos visitantes que estão em busca de tranquilidade. É lá que fica o Mosteiro da Transfiguração, único de monges beneditinos no Estado. Com 15 hectares de natureza, do lado da cidade, o lugar recebe, todos os meses, quase 400 pessoas para retiros.

O mosteiro começou a ser erguido em 1992. A obra durou pelo menos 10 anos. Hoje, os 16 monges que moram ali são os responsáveis pela manutenção do local. O trabalho é inspirado em Nossa Senhora de Guadalupe, que, em 1531, apareceu para um índio e reforçou sua missão: acolher todas as pessoas. Uma história que eles fazem questão de preservar nas paredes da igreja. Nela,  também é possível acompanhar as celebrações religiosas.

O que mais chama atenção por lá é o silêncio. A ideia das pessoas que vão até lá é se desconectar, largar o celular, as mensagens, as redes sociais e tentar encontrar paz longe do barulho. Os 80 quartos são de estrutura simples, só para descansar. A diária custa R$ 70, com refeições inclusas.

— Algumas têm uma busca espiritual, outras simplesmente querem se centrar, sair da loucura do dia a dia e se pacificar um pouco — conta a terapeuta Evânea Reichert.

Luis Frey / Agencia RBS
Na igreja do mosteiro, é possível acompanhar as celebrações religiosas Luis Frey / Agencia RBS
Quem estiver só de passagem pode visitar o mosteiro, gratuitamente, das 8h às 18h. Há ainda um ateliê, onde os monges se dedicam a uma arte chamada de ícone. Algumas peças estão à venda, para o visitante levar de lembrança do passeio.

— Cada mosteiro é reconhecido por um determinado tipo de trabalho. O nosso se dedica a esse tipo de arte — explica dom João, responsável pelo ateliê.

Arte que a gente encontra em todos os cantos por lá — feita à mão, com as palavras ou pela própria natureza.

— Quando entramos em contato com Deus, sempre saímos diferentes. Deus sempre nos renova e fortalece — diz o monge dom João Batista.

Berço da soja

Para entender a história de Santa Rosa, vale a pena visitar o Museu Municipal, que tem entrada gratuita (visitação de segunda a sexta, das 8h às 11h e das 14h às 17h, e sábados, das 13h às 17h). O lugar mostra de bolichos antigos aos detalhes em madeira das primeiras casas construídas por lá. O chapéu de palha tinha um espaço garantido em pelo menos um dos cômodos, porque representava a força da agricultura naquela época para a cidade.

Jonas Santos / Agencia RBS
Jonas Santos / Agencia RBS

Depois, o município ganhou destaque ainda maior com a produção de soja. O grão, cultivado ali desde 1914, servia principalmente para alimentar o gado. Só que as terras eram tão férteis para a cultura, que se passou a vender a soja para outras regiões como comida para as pessoas. Ideia que surgiu com a chegada do pastor luterano Albert Lehenbauer, em 1923.

— Ele trouxe uma nova visão para a região. Começou com pequenas plantações de soja e, na medida que iam aumentando, cada um da sua igreja tinha por obrigação dividir com outro um pouco da semente — conta a historiadora Teresa Christensen.

A aposta deu tão certo que até hoje Santa Rosa é conhecida como o berço nacional da soja.

Árvore da Lua

Luis Frey / Agencia RBS
Luis Frey / Agencia RBS

Santa Rosa tem uma sequoia, nativa da América do Norte, que foi germinada na Lua na década de 1980. A semente da planta foi transportada pela missão espacial Apolo 14 e, depois, levada para crescer no Parque de Exposições Alfredo Leandro Carlson, que tem entrada gratuita.

Fonte: Zero Hora

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